Você conhece a Paquinha ou grilo-da-terra?


Hoje encontrei um invertebrado que há muito tempo não via, a famosa paquinha, que segundo o site Insetologia, é uma espécie da ordem Ortóptera, subordem Ensifera e família Gryllotalpidae, conhecida também por vários nomes comuns como frade, bicho-terra, grilo-da-terra, cachorrinho-do-mato, cava-terra, etc.

Infelizmente não estava com minha máquina fotográfica mas fiquei por alguns minutos manuseando-a e ao mesmo admirando a sua forma. Sempre gostei dela.

Assim como todos os indivíduos da ordem ortóptera, as paquinhas possuem pernas posteriores saltatórias mas são diferentes num aspecto: as pernas anteriores são fossoriais, ou seja, permitem a escavação. Infelizmente, por terem a capacidade de penetrar no solo através da escavação, elas podem danificar várias raízes, sendo consideradas pragas nas plantações.

Veja nessa imagem abaixo o quanto as pernas dianteiras são mais robustas e fortes em relação às traseiras. Note ainda as estruturas pontiagudas na ponta de suas pernas. Com todas essas adaptações, as espécies da família Gryllotalpidae são verdadeiras escavadeiras do mundo animal!
Foto A TGIG / Foto B Myriorama

Por passarem a maior parte do tempo enterradas, elas são pouco visualizadas nas cidades, e por isso que eu as via com frequência quando pequeno, pois morava na fazenda e brincava na terra o tempo todo.

Antes eu achava que elas picavam ou que podiam fazer mal à nós, pois os moradores da fazenda diziam que elas faziam isso, mas vendo o post do Cesar Crash, descobri que não fazem mal algum! Na verdade, todo animal que possui uma mandíbula é capaz de morder/beliscar, porém, pode ter certeza que ele não vai te atacar se você não fizer nada para ele!


Cesar, pegando elas, disse que não moderam, pelo contrário, tentaram se enfiar por entre os dedos dele porque é uma resposta de fuga, já que são escavadoras habilidosas.

Veja este vídeo de uma paquinha da Europa escavando, andando e depois comendo uma minhoca:


Características detalhadas das paquinhas
Os adultos têm 25 mm a 35 mm de comprimento, são de coloração marrom-escura na parte dorsal (superior) e mais clara na ventral (inferior); têm um aspecto aveludado pela finíssima e curta membrana que cobre o corpo, inclusive as pernas.

Os gêneros mais comuns no país são Scapteriscus e Neocortilla, sendo considerados pragas em muitas plantações, como você verá logo abaixo. As espécies de ambos os gêneros preferem solos úmidos, onde escavam galerias e alimentam-se de raízes e pequenos animais, segundo Ferreira & Barrigossi (2006).

Elas se alimentam de minhocas, pequenos invertebrados e ainda de matéria orgânica morta no solo.

Reprodução
As fêmeas fazem posturas de 20 a 60 ovos em ninhos subterrâneos. O período de incubação dura 14 a 21 dias, sendo a fase ninfal de aproximadamente 250 dias. Os adultos duram 240 a 300 dias.

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Quer saber mais?

Mesmo sendo animais incríveis, tem gente que não gosta nem um pouquinho delas, pois, como disse anteriormente, são consideradas pragas em diversas plantações.

Segundo Ferreira & Barrigossi (2006), à noite elas podem vir à superfície e atacar as plantas de arroz logo abaixo da superfície do solo, provocando, às vezes, morte de grande número de plantas nas linhas de plantio. Nas lavouras de arroz em sólido úmido, elas também podem comprometer seriamente o estande do arroz, causando sérios danos.

Consultei alguns artigos para ver quais são os danos causados pelas paquinhas e onde elas mais ocorrem sendo consideradas pragas e quais espécies vegetais elas danificam mais, etc. Dentre os artigos procurados, encontrei vários falando sobre a presença de paquinhas no feijoeiro (Phaseolus vulgaris), principalmente na região nordeste, mas nenhum falando de arroz, conforme consta abaixo. 


Para não ficar um post grande e chato, encerro-o por aqui! Espero que tenha gostado.
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