Espécies de corujas brasileiras

Você sabia que no Brasil temos por volta de 23 espécies de corujas?

A maioria das pessoas só conhecem as duas espécies mais comuns: Suindara (Tyto alba), a famosa coruja branca ou coruja de igreja, e a Coruja Buraqueira (Athene cunicularia), encontrada sempre em campos e praias, morando em buracos no chão. Essas duas espécies são facilmente encontradas nos centros urbanos, onde encontram  comida e abrigo.

E as outras 21 espécies de corujas? A maioria das corujas são florestais, habitando o interior ou bordas de florestas, com exceções de algumas espécies como a Asio flammeus, popularmente conhecida como Mocho dos Banhados que faz seu ninho no chão em meio a grama alta.

Ao contrário do que se  pensa, as corujas não são ativas somente à noite, já que algumas espécies se alimentam tanto durante o dia quanto a noite.

Macho e fêmea de Tyto alba cuidando da prole

Casal de coruja buraqueira (Athene cunicularia)

As corujas são animais ainda pouco estudados e pouco conhecidos, consideradas aves-fantasma e seres misteriosos por seu hábito noturno. São objeto de mitos e lendas, mas de um modo geral elas são consideradas como símbolos de sabedoria. Algumas pessoas acreditam que seu aparecimento próximo a residências é sinal de mau agouro, isso acaba ocasionando medo e preconceito, levando a matança desses animais por crendices humanas infundadas.

Nas listas de espécies ameaçadas as corujas são classificadas como espécies com dados insuficientes. Isso pode ser devido ao fato de que poucas pessoas se habilitam a estudá-las, em geral pelas dificuldades de observação e limitações de trabalhos durante a noite. 

Indivíduo da espécie Lophostrix cristata

Entretanto, as corujas são aves importantes nas cadeias alimentares, controlando populações de espécies consideradas pragas como ratos e grandes insetos. Infelizmente, além de tratamento discriminatório que causa a morte de corujas, elas também sofrem impacto de destruição de seus habitats através de desmatamento e uso intensivo da terra.

As espécies de corujas que ocorrem no Brasil são: 
- Asio flammeus (Mocho dos banhados) 
- Athene cunicularia (Coruja buraqueira)
- Asio clamator (Coruja orelhuda)                                 
- Pulsatrix perspicillata (Murucututu)
- Asio stygius (Mocho diabo)
- Pulsatrix koeniswaldiana (Murucututu de barriga amarela)
- Bubo virginianus (Jacurutu)           
- Strix virgata (Coruja do mato)
- Megascops choliba (Corujinha do mato)
- Strix huhula (Coruja preta)
- Megascops atricapilla (Corujinha sapo)
- Strix hilophyla (Coruja listrada)
- Megascops usta (Corujinha relógio)
- Tyto alba (Suindara)
- Glaucidium brasilianum (Caburé)
- Megascops watsonii (Corujinha orelhuda)
- Aegolius harrisii (Caburé acanelado)
- Megascops sanctaecatarinae (Corujinha do Sul)
- Megascops guatemalae (Corujinha de Roraima)
- Lophostrix cristata (Coruja de crista)
- Glaucidium hardyi (Caburé da Amazônia)
- Glaucidium mooreorum (Caburé de Pernambuco)
- Glaucidium minutissimum (Caburé miudinho)                

COMO OBSERVAR CORUJAS?
- Indicamos o uso de uma lanterna de longo alcance, já que nem sempre esses animais admitem aproximação. Assim, é necessário usar uma lanterna com uma boa iluminação para visualiza-los bem.

- Como as corujas estão muito bem adaptadas em seus ambientes, elas são quase invisíveis, camuflada, e por apresentarem um voo completamente silencioso, é recomendável conhecer as vocalizações das diferentes espécies de corujas, porque isso ajuda muito a definir qual espécie esta sendo observada ou detectada em um determinado local.

- Algumas pessoas utilizam a técnica de playback, na qual a vocalização das corujas é reproduzida por meio de uma caixa de som, atraindo indivíduos para as proximidades. Isso ocorre porque as corujas tendem a ser  territoriais, e assumem a vocalização gravada como um “invasor” em seu território. Porém esta técnica deve ser usada com moderação, pois quando é utilizada sem critérios pode causar estresse no animal com graves consequências, como alteração de território e morte no pior dos casos. Eu indico a utilização do playback durante 3 minutos com repetição de no máximo 3x com parada imediata após a resposta de algum individuo da espécie procurada.


Este post foi escrito por

GABRIEL OLIVEIRA
Acadêmico de biologia e estagiário da Embrapa Pantanal
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