Estudar para o mestrado é uma grande preocupação para muitos jovens acadêmicos, tendo em vista que a maioria pretende sair da graduação e em seguida ingressar em um curso de mestrado. Ainda que seja muitas vezes um pouco difícil entrar no curso que deseja, com certeza não é impossível Basta, apenas, seguir as dicas abaixo. Como eu já passei por essa situação, creio que posso ajudar de alguma forma quem está estudando para o mestrado, com base em minhas experiências pessoais através do contato que tive com professores, pesquisadores e mestrandos.
1. SEJA DISCIPLINADO(A)
A disciplina é fundamental em todo e qualquer plano de estudo. É impossível se comprometer com o estudo sem ter disciplina. Para ter disciplina, você deve pensar primeiramente em como e quando você vai estudar. Definindo os horários que você tem mais facilidade para estudar, você pode pensar no modo como deverá estudar. As pessoas possuem modos diferentes de estudo. Algumas preferem apenas ler um capítulo de um livro sem intervalo e não fazem anotações. Outras, preferem ler pouco, fazer algumas pausas, anotar, explicar em voz alta. Enfim, não importa como você vai estudar, desde que você faça da melhor forma possível e desde que te possibilite uma ampla compreensão do conteúdo que estiver aprendendo. Ser disciplinado, nada mais é do que conciliar o seu tempo com a sua rotina de estudos e seguir sempre uma rotina regrada, objetivando sempre a compreensão de grande parte do conteúdo estudado.
Não adianta anotar 'de cabeça' o que você deverá fazer ao longo do dia ou ao longo de toda programação de estudos. Ser disciplinado envolve regras e o cumprimento destas. Portanto, determine a sua rotina de estudos e a siga as regras sem desânimo. Por exemplo, se o livro que você está lendo (através da bibliografia recomendada pelo curso de mestrado) possui 12 capítulos, você pode estabelecer algumas regras:
> Se o mês tem 4 semanas, eu devo ler 3 capítulos por semana para ler o livro até o fim do mês.
> Se uma semana tem 7 dias, eu devo ler um capítulo a cada 2 dias e ainda sobra 1 dia para descanso ou revisão no final da semana.
Mas, e se o tempo para estudar para o mestrado for muito curto e forem muitos livros recomendados na bibliografia? Como devo proceder?
Nesse caso, o lance é curto e grosso: não tem mas e nem conversinha, você deve estudar, custe o que custar. Ao invés de ficar 20, 30, 40 minutos naquela conversinha com os amigos na porta da sala esperando o professor chegar, vá estudar. Estude no intervalo, no ônibus, no almoço. Estude nos finais de semana, acorde cedo! Enfim, falta de tempo não é desculpa, porque se pararmos para pensar, gastamos tempo demais com outras coisas, principalmente com os nossos celulares e redes sociais, não é verdade? Se você invetar algumas desculpas para dificultar a sua rotina de estudos, só vai enganar você mesmo. Não tem essa de: "eu tenho estágio o dia inteiro e estudo de noite", "eu trabalho e estudo", "eu tenho muito sono", etc, você sabe que pode muito bem sacrificar-se um pouco mais, afinal, é o seu sonho e o seu destino como profissional que está em jogo.
Nunca deixe então que o seu tempo te impeça de estudar. Na verdade você deve usar o seu tempo como seu aliado. Nas horas vagas, estude. De madrugada, estude. Sobrou um tempinho, estude. E lógico, determine um tempo de estudo todos os dias. Por exemplo, chegou 19 hrs do estágio, tome um banho, jante e estude das 20:30 às 21:30 (pelo menos). Ter um período fixo de estudo diário é essencial e tudo que conseguir ler fora desse período será de grande valia. Estas são regras importantes e essenciais em seu programa de estudo. Por isso, se quiser ter sucesso nos estudos para o mestrado, determine sempre o quanto você deve ler por dia/semana/mês de acordo com o seu tempo e nunca fique por mais de 1 dia sem estudar.
2. ESTUDE DO JEITO CERTO: FAÇA MAPAS MENTAIS
Eu recomendo que ao longo dos estudos você tenha sempre em mãos folhas e lápis. Fazer anotações é essencial, mas, fazer mapas mentais é ainda melhor! Não vejo uma outra 'técnica' de estudo mais eficiente do que os mapas mentais. Estudar para o mestrado vai ser tranquilo e muito proveitoso se você aplicar essa técnica, que nada mais é do que anotar as palavras-chave do que você leu e determinar as relações entre elas.
Veja um mapa mental que eu fiz para estudar para uma prova de farmacologia, logo abaixo. Eu gostei tanto dos mapas que fiz, que até publiquei no post sobre biodisponibilidade.
Mapa mental sobre as fases da metabolização de drogas no fígado.
Os mapas mentais são muito eficientes porque eles colocam à prova aquilo que você realmente aprendeu e variam muito de acordo com a sua construção, pois vão possuir a característica pessoal de cada um. Veja um outro mapa mental mais detalhado:
Se você aprendeu, vai saber construir um mapa mental muito bacana e rico em informações. Se não aprendeu, o esforço que fará na construção de um mapa vai te obrigar a recorrer ao livro, e isso te ajudará a compreender o conteúdo. O mapa mental não deve ser cheio de textos ou de palavras-chave, mas sim, de ideias centrais que permeiam tudo aquilo que você leu e entendeu de um capítulo do livro, por exemplo. Certifique-se de treinar a construção de mapas mentais e com certeza a compreensão do conteúdo que estudou será muito mais rápida e eficaz.
3. CONVERSE COM PESSOAS DA ÁREA
A melhor forma de aprender é conversar com que já sabe o que você quer aprender! Porque não buscar um professor da área? Os professores amam ensinar. Você pode marcar um horário com um professor de uma universidade federal ou particular. Basta apenas contatar o professor, falar de seu interesse em aprender o tema que ele domina e, pronto. Com certeza, se o professor tiver disponibilidade, ele vai te atender. Vocês podem combinar em discutir determinado capítulo do livro que está lendo e seus rendimentos podem aumentar significativamente, tendo em vista que os professores tem o dom de ensinar.
Não há nada melhor do que aprender ecologia em uma aula de campo.
Afinal, é muito melhor ter uma aula e uma boa conversa com um professor do que ler dezenas de páginas sozinho, ficar com dúvidas e não ter a quem recorrer, não é verdade?
4. COLOQUE PARA FORA TUDO O QUE APRENDEU
Quando digo colocar para fora tudo que aprendeu, digo para você conversar com colegas que tem o mesmo interesse que o seu, fazer rascunhos e resumos em folhas, no word ou em slides. Apresentar um slide para seus amigos sobre o que você estudou é uma boa opção de deixar fluir aquele conhecimento fresquinho. Além disso, você pode apresentar para você mesmo, em voz alta, ou ainda, para sua mãe, pai, irmãos, tio, tia, gato, cachorro. Não importa a forma, o interessante é você falar o que aprendeu, deixar fluir o conhecimento obtido, porque nossa capacidade de aprendizado aumenta muito quando nos esforçamos para ensinar o que aprendemos.
Não leia, leia, leia e fique apenas com suas anotações ou mapas mentais. É lógico que essas são importantíssimas formas de fixar o conhecimento obtido, mas, quanto mais você pôr para fora, melhor.
5. VOCÊ NÃO VAI APRENDER TUDO DE UMA SÓ VEZ
Por mais que muitas pessoas consigam assimilar grande parte do conteúdo lendo apenas uma única vez, a maioria das pessoas não são assim. Portanto, ao longo dos estudos do mestrado, tenha certeza de que terá de ler pelo menos duas vezes tudo aquilo que estudou. Eu li 2 vezes o livro Fundamentos em Ecologia enquanto estudei para a prova de mestrado, e, ainda não foi o suficiente para mim, mesmo eu passando no mestrado. Eu relatei um pouco de minha experiência nos estudos para o mestrado, no post O biólogo e o mestrado - Erros e acertos.
Já pensou como seria incrível se tivéssemos um cérebro que assimilasse 100% de todas informações que lêssemos? Pois é, infelizmente não somos assim e por isso devemos nos esforçar muito lendo e relendo tudo aquilo que o curso de mestrado disponibiliza como bibliografia recomendada. Não se preocupe se não entender nada nas primeiras leituras, isso faz parte. Ao longo das próximas releituras, tudo ficará mais claro, principalmente se você aplicar as dicas que dei: ter disciplina e organização, fazer mapas mentais, conversar com professores e deixar fluir tudo aquilo que aprendeu por meio de apresentações em slides, conversas com amigos e explicações em voz alta.
Este post foi feito à pedido da leitora Gabriela Gonçalves e eu espero que tenha ajudado todos vocês!