Roedores de experimentos começam a ser substituídos por peixe paulistinha no Butantan


O Brasil, sempre atrasado, está implementando uma nova espécie em estudos de experimentos científicos em laboratório para substituir os roedores (ratos, camundongos, coelhos) que são atualmente utilizados em laboratórios. O peixe paulistinha ou também conhecido como zebrafish já é utilizado há mais de 30 anos em diversos países do mundo. Uma das primeiras instituições de pesquisas no país a implantar esta espécie em seus estudos é o Instituto Butantan, no Laboratório Especial de Toxinologia Aplicada (LETA) que estão utilizando a espécie nos estudos como imunologia e farmacologia.

Segundo a pesquisadora Mônica Ferreira Lopes do LETA, no mundo existem cerca de 2000 artigos publicados por ano utilizando o peixe paulistinha como modelo experimental e já aqui no Brasil esse número é de 40 artigos por ano.

Por incrível que pareça os peixes são muito parecidos com nós humanos (mamíferos). Os roedores de laboratório possuem 80% de semelhanças genéticas com nós humanos, isso porque são mamíferos. Já o peixe paulistinha possui 70% de semelhança.

Entre as diversas vantagens que esta espécie oferece aos pesquisadores, temos a redução de gastos. No manejo de uma espécie de roedor o gasto é em torno de R$8,00 já para este peixe o gasto seria de apenas R$0,50. Além disso, a reprodução e o ciclo de vida do peixe paulistinha é muito mais rápida que a dos roedores. Em um experimento que envolva, por exemplo, a ação de uma determinada substância na reprodução do peixe, em apenas 72 horas o experimento seria possível. Já o mesmo experimento com um roedor demoraria cerca de 3 meses.

Para implantar esta técnica ao Instituto Butantan a pesquisadora Mônica visitou alguns laboratórios da Universidade do Chile, a Universidade de Lisboa e a PUC do Rio Grande do Sul que já tem experiência com o peixe paulistinha.

Com a experiência dessas visitas, Mônica pôde comprar e instalar em seu laboratório as estruturas necessárias para a criação e uso do peixe paulistinha, com auxílio financeiro da FAPESP.

Dentre alguns pequenos contras em relação ao uso do peixe paulistinha, o principal é a produção de novos reagentes específicos para o peixe, pois nos experimentos realizados com roedores todos os reagentes para as pesquisas são desenvolvidos especialmente para cada espécie de roedor a ser utilizada no experimento.

Deste modo os camundongos e outros roedores ainda não vão se aposentar nas pesquisas do Butantan, segundo Mônica o peixe paulistinha será um complemento como modelo experimental. (G1).


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