Ursos pardos, salmões e humanos: quem desaparecerá primeiro?

Ursos pardos e os seres humanos ao longo da costa do Pacífico da América do Norte têm compartilhado uma fome de salmão por milênios. A figura do peixe tem sido destaque em muitas culturas costeiras canadenses, incluindo a do povo Heiltsuk, que se instalou no Great Bear Rainforest de British Columbia há mais de 9000 anos atrás, e viveu ao lado dos ursos pardos desde então. Biólogos tem notado a queda do número de ursos pardos e salmão.

Agora, por meio de uma colaboração incomum de membros Heiltsuk e cientistas, pesquisadores relatam ter encontrado uma forma de agregar os ursos, muitos dos quais viajam dezenas de quilômetros ao longo do percurso dos rios, alimentando-se de salmão.


Em 2009, depois de estabelecer o Koeye Rio Conservancy, uma área protegida de floresta tropical, o Heiltsuk juntaram-se com os cientistas para descobrir como os ursos e salmões estão sendo reduzidos na natureza. Em pouco mais de 3 anos, eles contaram os peixes e realizaram uma pesquisa de DNA não-invasiva nos ursos, recolhendo pedaços de pele dos animais enquanto eles caminhavam por armadilhas de arame perfumadas durante a época de desova de salmão. A análise genética das amostras identificadas pertencem a cerca de 60 ursos individuais que dependem do salmão, como consta no estudo que a equipe publicou na Ecology and Society. A pesquisa também indicou que os números dos ursos estão diminuindo, o que os cientistas dizem que é provável devido ao menor número de salmão, o que pode ter levado os ursos famintos saírem em busca de alimento humano e consequentemente podem ter sido mortos.

A pesquisa busca entender como ursos, salmões e humanos poderão continuar coexistindo no futuro, sem que a natureza saia perdendo nessa história e muito menos que essas espécies continuem declinando. Nota-se a importância da participação de povos nativos nos estudos de conservação e isso é fundamental.

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