Os receptores canabinóides e o THC

Estes são receptores de substancias ativas da Cannabis sativa Popularmente conhecida coma Maconha. A substancia ativa mais conhecida da Cannabis sativa é o Δ-9-tetrahidrocanabinol (THC), O THC é uma substância química produzida pela planta , sendo essa a principal responsável pelos efeitos psíquicos da droga no organismo. Atualmente, a quantidade de THC encontrada na maconha brasileira é de aproximadamente 4,5%

O THC é metabolizado no fígado gerando um metabólito (produto da metabolização da substância) mais potente que ele próprio. Além disso, o THC é muito lipossolúvel (solúvel em lipídios – gordura, e não em água) ficando armazenado no tecido adiposo. Essas características do THC levam a um prolongamento do efeito deste no organismo.


Quando fumada, a maconha atinge seu efeito entre zero e dez minutos e tem seu pico de ação após 30 minutos do consumo por se concentrar no cérebro. Após 45 a 60 minutos do consumo da substância seus efeitos são atenuados. Pela liberação do THC por meio do tecido adiposo ser lenta, ele aparece na urina de semanas há meses após o último uso.

Os efeitos provocados pelo THC no sistema nervoso central dependem da dose consumida, da experiência, da expectativa e do ambiente. Os efeitos esperados são: leve estado de euforia, relaxamento, melhora da percepção para música, paladar e sexo, prolonga a percepção de tempo, risos imotivados, devaneios e fica mais falante. 


No resto do corpo os efeitos são: vermelhidão nos olhos (hiperemia conjuntival), diminuição da produção de saliva (boca seca) e taquicardia (freqüência superior ou igual a 140 batimentos por minuto).O THC tem um efeito orexígeno no apetite, ou seja, aumento de apetite. Não há registro de morte por intoxicação por consumo de maconha.

O sistema nervoso central humano também possui receptores específicos para os canabinóides endógenos e o THC. O conjunto formado pelos receptores e neurotransmissores constitui o sistema canabinóide endógeno. Há dois tipos de receptores canabinóides conhecidos: o CB1, presente em todo o cérebro (próximo às terminações nervosas de neurônios pertencentes a outros sistema) e o CB2, localizado em tecidos periféricos, especialmente no sistema imunológico.

As áreas do sistema nervoso com maior densidade de receptores CB1 são o córtex frontal (raciocínio, abstração, planejamento, etc), os núcleos da base (motricidade) e o cerebelo (coordenação e equilíbrio). O sistema límbico, responsável pela elaboração e expressão dos fenômenos emocionais, também é rico em receptores CB1, especialmente no hipotálamo (coordenação das manifestações emocionais), hipocampo (memória emocional e inibição da agressividade) e giro do cíngulo (controle dos impulsos). A ausência de receptores CB1 na medula espinhal explica a baixa toxicidade do THC quando administrado em doses elevadas.



Quanto à localização na sinapse, os receptores CB1 estão posicionados na membrana pré-sináptica de outros sistemas. Isso significa que a função do sistema canabinóide é a de modular a liberação de outros neurotransmissores.

A fisiologia do sistema canabinóide: O sistema canabinóide endógeno, conforme o capítulo anterior, está presente de maneira difusa em todo o cérebro. Os receptores canabinóides tipo 1 (CB1) estão localizados nas membranas pré-sinápticas de diversos sistemas de neurotransmissão. Receptores pré-sinápticos modulam a secreção de neurotransmissores, isto é, determinam que quantidade dessas substâncias será liberada na sinapse. Portanto, o sistema canabinóide influencia a intensidade com que outros sistemas agem sobre o cérebro.

Referências:
  • KLAUSEN, J. 2011. Alteração no cérebro indica pré-disposição ao consumo de maconha, afirma estudo.São Paulo. Veja Online. Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/saude/alteracao-no-cerebro-indica-pre-disposicao-ao-consumo-de-maconha-afirma-estudo (acesso em: 14 maio de 2014).
  • RAVEN, P. 2011. Biologia vegetal. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 7 ed.
  • ZUARDI, A. W. 2006. History of Cannabis as a medicine: a review. Revista Brasileira Psiquiatria. 28(2): 153-7.
  • MELONI, J. N.; LARANJEIRA, R. Custo social e de saúde do consumo do álcool. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo, v. 26.
  • VARELLA, D. Dependência Química. Disponível aqui. Acesso em 14 de maio de 2014.

Post escrito por:
JOÃO PEREIRA DA SILVA FILHO
Acadêmico em Ciências Biológicas -UNIESP 
Analises Clinicas - Especialidade em Botânica