Imagine que a atmosfera que cobre a Terra e nos oferece condições de vida é um oceano com 400 quilômetros de profundidade. O ar que nós respiramos – denso e úmido – fica bem no fundo, nos últimos 30 quilômetros. É justamente nesta fina e delicada camada que estamos jogando imensas quantidades de poluentes por ano. Isto causa mal à nossa saúde e ameaça a saúde do planeta. A temperatura média da Terra gira em torno de 15º C. Isto ocorre porque existem naturalmente gases, como o dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o vapor
d’água em nossa atmosfera. Eles formam uma camada que aprisiona parte do calor do sol que incide em nosso planeta. Se não fossem estes gases, a Terra seria um ambiente gelado, com temperatura média de -17º C.
Este fenômeno é chamado de efeito estufa. Não fosse por ele, a vida na Terra não teria tamanha diversidade. Só que desde a revolução industrial, começamos a usar intensivamente o carbono estocado durante milhões de anos em forma de carvão mineral, petróleo e gás natural, para gerar energia, para as indústrias e para os veículos. As florestas, grandes depósitos de carbono, começaram a ser destruídas e queimadas cada vez mais rapidamente. Então imensas quantidades de CO2, CH4 e outros gases começaram a ser despejadas na atmosfera, tornando aquela camada mais espessa. Mais calor do sol fica retido em nossa atmosfera. Isto intensifica o efeito estufa. E nosso planeta, agora, já mostra sinais de febre.
Somente no último século, a temperatura da Terra aumentou em 0,7º C. Parece pouco, mas este aquecimento já está alterando o clima em todo o planeta. As grandes massas de gelo começam a derreter, aumentando o nível médio do mar, ameaçando as ilhas oceânicas e as zonas costeiras. Furacões ficam mais intensos e destrutivos.
Temperaturas mínimas ficam mais altas, enchentes e secas, mais fortes e regiões com escassez de água, como o semi-árido, viram desertos. Quando o aquecimento global foi detectado, alguns cientistas ainda acreditavam que o fenômeno poderia ser causado por eventos naturais, como a erupção de vulcões, aumento ou diminuição da atividade solar e movimento dos continentes. Porém, com o avanço da ciência, ficou provado que as atividades humanas são as principais responsáveis pelas mudanças climáticas que já vêm deixando vítimas por todo o planeta. Hoje não resta dúvida. O homem é o principal responsável por este problema. E é ele que precisa encontrar soluções urgentes para evitar grandes catástrofes.
Reação Mundial
A preocupação com o aquecimento global levou à criação, em 1988, do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), com os principais cientistas do clima e representantes de governos de todo o mundo. Em 1992, a ONU aprovou no Rio a Convenção sobre Mudanças Climáticas, que levou ao Protocolo de Kyoto, o mais ambicioso tratado ambiental. A primeira meta do Protocolo (2008-2012) é uma redução média de 5,2% em relação às emissões de gases de efeito estufa em 1990, para países desenvolvidos. Mas isso é pouco. Cientistas consideram que a redução tem que ser de 50% das emissões globais até 2050, para que o aumento de temperatura da Terra não ultrapasse o limite de 2º C, considerado o ponto de colapso do clima. Assim, é fundamental que o Protocolo de Kyoto seja fortalecido. Os países desenvolvidos têm que cortar suas emissões drasticamente e países em desenvolvimento, como o Brasil, têm que crescer combatendo seu desmatamento e promovendo o uso de energias limpas.