Em dezembro de 2012, uma equipe de exploradores liderada por quatro engenheiros britânicos vai deixar o Reino Unido em direção para uma missão a mais de 16 mil km dali. No interior do continente da Antártida, escondido sob uma camada de mais de três mil metros, dorme o lago Ellsworth. Os engenheiros vão se preparar, ao longo do ano, para a tarefa de coletar água e sedimentos do local.
Trata-se de uma grande empreitada. A equipe acabou de regressar ao Centro Britânico de Pesquisas Antárticas (BAS, na sigla em inglês), em Cambridge (Inglaterra), após deixar um trator com cerca de 70 toneladas de equipamento em uma base britânica no continente gelado.
Existem mais de 400 lagos subglaciais conhecidos na Antártida. Até hoje, nenhum deles foi explorado de maneira direta e satisfatória, principalmente devido a limitações tecnológicas. No caso do Ellsworth, cientistas já planejam formas de explorá-lo há mais de 15 anos, mas só agora as expectativas estão sendo postas em prática.
Embora a exploração de fato ainda não tenha começado, a missão já deu muito trabalho. Os pesquisadores tiveram que conduzir o trator com os equipamentos por mais de 250 km pelo interior do continente glacial, quase encalhando algumas vezes, até chegar ao local que servirá de base para a pesquisa: o sopé das montanhas Ellsworth, sob as quais se encontra o lago de mais de dez metros de profundidade.
O lago subglacial será explorado da seguinte maneira: através de equipamentos que perfuram o gelo através de água quente em pressões altíssimas, será introduzida na superfície antártica uma sonda de titânio que fará coleta de material em vários pontos. Operando sob ventos fortes e temperaturas abaixo dos 35º C negativos, os cientistas vão fazer os últimos posicionamentos das máquinas em dezembro para iniciar a exploração.
A razão pela qual as atividades só iniciam no final do ano é simples: os pesquisadores querem aproveitar as condições ambientais um pouco menos hostis do verão antártico, de modo a diminuir as perdas materiais com equipamentos e evitar atrasos devido ao mau tempo.
As expectativas pelas descobertas são altas, porque os cientistas acreditam no potencial científico do Lago Ellsworth. Através da análise de sedimentos e material orgânico (microorganismos, inclusive), esperam obter respostas sobre clima e evolução da Terra, por exemplo. Tudo isso causando o menor impacto ambiental possível. [Science Daily]
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