Cientistas fizeram uma análise de experimentos com primatas não humanos ao longo de dez anos e descobriram que 9% desses experimentos não resultaram em nenhum benefício científico ou médico.
Além disso, a maioria dos 3.000 experimentos em macacos financiados por três órgãos da Grã-Bretanha entre 1996 e 2006 não tiveram um impacto médico significativo.
No entanto, especialistas explicam que esse número é devido, em parte, ao fato de a maioria dos estudos serem dedicados a aprender mais sobre o funcionamento do cérebro. Portanto, eles podem ter feito progresso científico significativo sem contribuir diretamente para a medicina humana.
Ou seja, apesar dos pesares, a revisão concluiu que a investigação médica em macacos é justificada e a maior parte dos trabalhos realizados é de boa qualidade.
Por exemplo, testes em macacos têm ajudado os cientistas a desenvolver com sucesso uma vacina contra a pólio e terapias de mudança de vida com “estimulação cerebral profunda” para pacientes com mal de Parkinson.
Ainda assim, o relatório alerta que outros estudos, tais como experiências relacionadas à visão, não levaram a lugar nenhum e nunca deveriam ter sido realizados.
Os pesquisadores que conduziram a análise disseram que o financiamento de estudos em primatas não humanos não deve ser continuado a não ser que um esforço foi feito para demonstrar seus potenciais e plausíveis benefícios médicos e sociais.
Ativistas do bem-estar animal disseram as descobertas reforçam o argumento para uma proibição total dos testes em primatas na Grã-Bretanha.
Lá, os acadêmicos representam apenas cerca de 10% dos 3.000 testes realizados em macacos a cada ano, sendo que a maior parte dos experimentos é feita por indústrias. Em comparação, os cientistas americanos realizam cerca de 60.000 experimentos em primatas por ano.
Recentemente, cientistas alertaram para limites éticos nos estudos com primatas, que poderiam causar híbridos de humanos e animais para os quais não estamos preparados.[Telegraph]
Fonte: Hypescience
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