Para um rato se transformar em elefante bastam 24 milhões de gerações


Cientistas fizeram, pela primeira vez, a contagem de tempo para uma evolução de grande escala acontecer em mamíferos, revelando que seriam necessárias 24 milhões de gerações para um rato passar para o tamanho de um elefante.

O estudo, liderado por Alistair Evans, com a presença de mais 20 biólogos e paleontologistas, revelou que os níveis de redução de tamanho são muito mais rápidos do que os de crescimento. Apenas 100 mil gerações são necessárias para grandes reduções, que levam ao nanismo.

Evans, um biólogo evolucionário, afirma que o estudo foi único porque os trabalhos anteriores focaram na microevolução, nas pequenas alterações entre espécies.

“Ao invés disso, nós nos concentramos em mudanças de grande escala no tamanho corporal. Nós podemos agora mostrar que leva pelo menos 24 milhões de gerações para realizar a proverbial mudança do rato para o elefante – uma mudança gigante, mas também que leva muito tempo”, comenta Evans. “Uma mudança menos dramática, como de um coelho para um elefante, levaria 10 milhões de gerações”.

O estudo analisou 28 grupos diferentes de mamíferos, incluindo elefantes, primatas e baleias, de diferentes continentes e oceanos. As mudanças no tamanho foram rastreadas por gerações, ao invés de anos, para facilitar a comparação entre espécies com diferentes expectativas de vida.

Erich Fitzgerald, coautor do estudo, afirma que as mudanças no tamanho das baleias ocorreram cerca de duas vezes mais do que nos mamíferos terrestres. “Isso provavelmente ocorreu porque é mais fácil ser grande na água, que ajuda a suportar o peso”, comenta Fitzgerald.

Evans afirma estar surpreso em descobrir que diminuições de tamanho ocorreram cerca de dez vezes mais rápido do que aumentos. “Não esperávamos que isso fosse acontecer tão rápido!”, afirma.

Muitos animais “pequenos”, como o hipopótamo anão e os hominídeos “hobbits” que viveram em ilhas, ajudam a explicar essa redução de tamanho. “Quando você fica menor, precisa de menos comida e se reproduz mais rápido, o que é vantajoso em ilhas pequenas”, comenta Evans.

Espera-se ainda que a pesquisa ajude a compreender as condições em que certos animais ficam maiores ou menores. [ScienceDaily]




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