A minúscula bactéria de água Caulobacter crescentus produz uma substância açucarada tão pegajosa que apenas um pouquinho dela poderia resistir ao impulso de levantar vários carros de uma só vez.
Com uma força adesiva de cerca de cinco toneladas a cada três centímetros quadrados, esta “cola” é uma das mais fortes da natureza.
Mas qualquer um que já tenha usado uma supercola antes sabe que sua aplicação exige grande precisão. Um movimento errado e você pode acabar com os dedos colados. Ou, se você esperar muito tempo, a cola pode endurecer e perder o seu poder adesivo.
De alguma forma, porém, a bactéria é capaz de aplicar seu cimento exatamente no momento e local apropriados, evitando desperdício de produção e problemática do material.
Para as bactérias, se ligar de forma eficiente é extremamente importante, seja na fixação a uma superfície ou na formação de comunidades microbianas complexas – que por sua vez formam os resíduos viscosos sobre os nossos dentes e banheiras, e desempenham um papel no tratamento de infecções.
Ou seja, saber como as bactérias se “grudam” nas superfícies poderia nos ajudar a entender melhor como tratar e prevenir infecções – bem como limpar melhor nossos azulejos e dentes.
Para descobrir o processo de ligação da Caulobacter crescentus, os pesquisadores americanos utilizaram microscopia de alta resolução para assistir seu progresso em tempo real.
Primeiro, a Caulobacter crescentus gruda a uma superfície usando o final do seu corpo, que tem um flagelo no formato de uma hélice. No contato, o flagelo para de se mover com a ajuda de estruturas chamadas pili. Isso estimula a produção da cola açucarada, que é então liberada no local de ligação e imediatamente gruda a célula a superfície.
Os cientistas também mostraram que o mesmo processo de estimulação de contato ocorre em pelo menos duas outras espécies bacterianas. Como essa produção local pode ser comum a muitas bactérias, os pesquisadores acham que desempenha um papel no processo de infecção.[LiveScience]
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