Melanophryniscus dorsalis - anuro ameaçado de extinção


Atualmente o Brasil possui cerca de 946 espécies de anfíbios, sendo 913 espécies anuros, 1 caudata e 32 gymnophionas (SBH, 2013) representando uma boa parte das 7112 espécies de anfíbios de todo o mundo (Amphibian Web, 2013).

Todos nós sabemos o quanto os biomas do país vem sendo drasticamente reduzidos pelas ações das atividades agrícolas principalmente pela pecuária e monoculturas e também o uso intensivo do solo, prejudicando as matas ciliares e consequentemente os recursos hídricos como nascentes, brejos, córregos e rios. Como os anfíbios são animais extremamente dependentes da água, a destruição dos recursos hídricos afeta drasticamente as populações de anuros.

Você conhece o sapinho-de-barriga-vermelha? É uma espécie muito pouco conhecida que está correndo risco de extinção, classificada pela lista da IUCN como Vulnerável. Veja alguns projetos do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade relacionados a esta espécie.

INFORMAÇÕES GERAIS
Melanophryniscus dorsalis é uma espécie com ocorrência na planície litorânea localizada entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Apesar de ter sido descrita há mais de 70 anos e da existência de diversos exemplares em museus, pouco se sabe sobre sua biologia e, principalmente, sobre sua situação populacional. Recentemente, Kwet et al. (2005) descreveram seu canto e forneceram dados da biologia reprodutiva da espécie, baseados nas populações do município de Torres, RS. Aparentemente, a espécie apresenta reprodução explosiva (grande número de indivíduos em reprodução por curto período), que ocorre em períodos de chuva intensa, entre os meses de setembro e abril. A reprodução ocorre em alagados temporários que se formam sobre a areia de dunas, em depressões ou nas margens de lagoas costeiras. Os ovos são depositados sob a água destes alagados, presos à vegetação. Não há informações sobre o desenvolvimento dos girinos e seu período de recrutamento. A espécie se alimenta, principalmente, de formigas ou cupins. É conhecida desde a praia de Itapirubá, no município de Imbituba (SC), até o município de Cidreira (RS). Sua área de ocorrência é alvo de intensa pressão antrópica devido ao crescimento das áreas de balneário e à conseqüente especulação imobiliária. O rápido crescimento de loteamentos e a construção de estradas litorâneas estão entre as principais ameaças à espécie. Aliada à expansão imobiliária, a falta de conhecimento sobre a biologia e as necessidades ecológicas da espécie são, também, fatores de grande preocupação.

DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA
A distribuição da espécie está compreendida entre a praia de Itapirubá, município de Imbituba (SC), e o município de Cidreira (RS). É possível que esta distribuição esteja subestimada, principalmente no Estado do Rio Grande do Sul.

PRESENÇA EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
A única Unidade de Conservação presente na área de distribuição da espécie é o PE da Guarita, em Torres (RS).

PRINCIPAIS AMEAÇAS
As maiores ameaças à espécie são: perda, descaracterização e fragmentação de hábitat, promovidas pela 
expansão imobiliária decorrente do crescimento dos balneários litorâneos na área onde ocorre. A falta de conhecimento da biologia, ecologia e situação populacional da espécie constitui também uma ameaça na medida em que não se pode indicar ações mais concretas para sua conservação. Aliado a isso, está a quase total inexistência de áreas protegidas em sua área de distribuição.

Para mais informações, baixe a lista vermelha de anfíbios brasileiros ameaçados de extinção.

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