Olá amigos!
Conversando com um nordestino porreta, um amigo da internet e futuro biólogo, Jefferson Santana, ele me contou sobre um peixe que dá muito medo nos pescadores na região onde ele morador de uma pequena cidade chamada São Francisco do Conde distante cerca de 70km de Salvador, famoso peixe niquim (Thalassophryne nattereri)
Jefferson me falou sobre o medo que as pessoas tem deste peixe e que ele muitas vezes é encontrado pelos pescadores, que acidentalmente acabam pisando nele.
Este peixe é extremamente venenoso, fui pesquisar mais afundo e veja o que encontrei neste artigo científico de uma pesquisa realizada no Ceará:
Resumo: No Estado do Ceará (1992 a 2002), 16 casos de envenenamento com o Thalassophyne nattereri ocorreram no litoral, a maioria (87,5%) em praias de Fortaleza e 12,5% do interior. Noventa e quatro por cento eram do sexo masculino e 6% feminino. Com relação à idade, 75% estavam na faixa etária de 21 a 40 anos, 19% entre 41 e 60 anos e 6% entre 1 a 10 anos. O tempo de exposição foi de 1 a 5 horas (4), 6 a 12 (3), mais de 12 horas (4), 5 pacientes não informaram o tempo decorrido entre o acidente e o atendimento. Manifestações clínicas observadas foram dor, edema local, isquemia transitória, parestesia, equimose e sensação de queimação local. O tratamento consistiu de antiinflamatórios e analgésicos. Em alguns casos, foram usados anestésicos, água morna, debridamento cirúrgico e anti-histamínicos. Em 75% dos casos, observou-se cura confirmada e em 12% a cura não foi confirmada, em dois a evolução foi ignorada. Provavelmente, o número de acidentes ocorridos é maior do que o encontrado devido a subnotificação.
Vejamos mais sobre este peixe, conforme o artigo:
Existem 15 espécies de peixes peçonhentos do gênero Thalassophryne (T. nattereri, T. punctata, T. reticulata, T. amazônica, T. branneri, T. montevidensis) encontradas em nosso país, sendo a Thalassophryne nattereri responsável por grande número de acidentes. Os peixes do gênero Thalassophryne possuem um dos mais perfeitos aparatos de veneno, com glândulas conectadas a acúleos ocos localizadas na região anterior à nadadeira dorsal e nas regiões pré-operculares. Essa particularidade permite que o veneno seja injetado sob pressão. Os acidentes causados pela espécie T. nattereri são freqüentes no litoral do Brasil, particularmente no Nordeste, representando um problema de Saúde Pública. Estes acidentes ocorrem na maioria das vezes na região plantar ou palmar, quando ao pisar inadvertidamente no peixe, há perfuração do tegumento com liberação do veneno por pressão sobre o tecido glandular.
Abaixo você vê como este peixe é, não chega a ser muito grande, mas só pela aparência já dá um certo medo dele, imagine então sabendo o poder que sua peçonha tem. Observe que são 2 grandes espinhos os responsáveis pela inoculação do veneno.
Quem pisa neste animal logo de cara já sabe que pisou no peixe niquim, pela potencia do veneno, e os sintomas que logo em seguida começam a desenvolver.
Porém, caso não confirme ou não consiga ver se realmente pisou neste peixe, há uma forma fácil de saber:
Porém, caso não confirme ou não consiga ver se realmente pisou neste peixe, há uma forma fácil de saber:
Pé de um pescador que se acidentou com o peixe niquim. Fonte imagem |
É, isso mesmo, uma das características principais para identificar um acidente com o peixe niquim é a presença dos dois furos no pé do paciente, devido aos dois grandes espinhos dorsais inoculadores de veneno.
Esta imagem foi retirada de um outro artigo publicado sobre os acidentes com este peixe, porém o número de pacientes estudados foi ainda maior, totalizando 43 de Salinópolis (Pará) e Aracaju (Sergipe).
Veja o artigo:
Veja esse pescador pescando um niquim e comentando sobre a espécie (hehe):
Neste outro vídeo, numa reportagem do Globo Repórter, quase chegando nos 10 minutos de vídeo eles falam sobre o peixe niquim:
Show de bola! Obrigado Jefferson por me mostrar estes vídeos para que eu postasse aqui!