Apesar de não ter experiência de vida, um jovem salmão no noroeste do Pacífico de alguma forma viaja centenas ou milhares de quilômetros de seu local nativo para se alimentar e crescer no oceano.
Você sabia? Quando desovam, os salmões morrem logo em seguida. As espécies que fazem isso são chamadas de semélparas (realizam somente uma reprodução ao longo da vida).
Enquanto a maioria das espécies de salmão consegue "sentir" cheiros para se orientar, voltar para casa e desovar, o salmão Chinook (Oncorhynchus tshawytscha) tem um senso inato de direção que funciona como um GPS.
Os cientistas agora suspeitam que, sem o conhecimento prévio, os salmões usam o campo magnético da Terra para encontrar o habitat com melhores condições e recursos no oceano. Para fazer a descoberta, os pesquisadores colocaram juvenis criados em piscicultura dentro de um balde e os expôs a campos magnéticos gerados artificialmente. Quando o ângulo e a intensidade do campo combinava com a parte mais ao sul (mais distante) da sua área de ocorrência no oceano, o peixe se orientava para ir em direção oposta: norte ou nordeste.
O campo magnético na faixa setentrional levou os peixes em direção ao sul ou sudoeste. Orientando-se dentro desses dois extremos, o salmão pode encontrar as áreas de alimentação de seus ancestrais, conforme foi publicado no artigo "An Inherited Magnetic Map Guides Ocean Navigation in Juvenile Pacific Salmon" na revista Current Biology.
Como as tartarugas marinhas usam um mapa magnético semelhante para se orientarem, os pesquisadores especulam que muitos animais marinhos migratórios, como as enguias, tubarões e focas, também podem navegar usando campos magnéticos.
Fonte: Science