Como os animais conseguem prever terremotos

Em abril de 2009, o terremoto L’Aquila, em Abruzzo (Itália), matou 308 pessoas e causou milhões de euros de prejuízo. Mas um grupo de seres vivos conseguiu procurar um lugar seguro e se salvar dias antes da catástrofe. Era uma colônia de sapos, que previu o terremoto com antecedência e abandonou o lago em que vivia. Mas como eles fizeram isso?

A resposta a essa habilidade de prever terremotos mistura biologia com química. Quando alguma superfície terrestre está sob intensa pressão (o que sempre antecede um terremoto de médio ou grande porte), os solos da região registram algumas mudanças em sua composição química. Essas mudanças, aparentemente, são detectadas pelos animais, que sabem interpretar o sinal como uma ameaça perigosa.

Em um período de três dias, o lago monitorado por pesquisadores da Open University (Inglaterra) foi abandonado por quase todos os 96 sapos que viviam e se reproduziam no local. Investigando o fato, descobriram que as perturbações tectônicas sob o solo da região liberaram partículas carregadas eletricamente para a superfície.

Ao alcançar a superfície, essas partículas reagem com o ar e criam material ionizado. Íons como esses já são prejudiciais em humanos, porque causam dor de cabeça e náuseas. Na água, eles reagem com alguns compostos orgânicos e produzem várias substâncias tóxicas para os animais que lá habitam.

Ao entrar em contato com tais substâncias tóxicas, os sapos tiveram o “alarme” de que algo ali não corria bem. Dias depois, um terremoto de 6,3 graus na escala Richter sacudiu a área da qual eles fugiram. O mecanismo com o qual eles identificaram tais mudanças, no entanto, ainda permanece um grande mistério aos cientistas. A compreensão desses processos poderia, no futuro, aprimorar as formas de prevenção a catástrofes naturais. [BBC]


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