Espécies K e R estrategistas

Em 1837 o matemático Pierre F. Verhulst propôs um modelo que define o limite máximo de crescimento de uma população, e que em seguida tende a se estabilizar.

O seu modelo proposto foi definido por uma equação, a chamada Equação de Verhulst, e que determina uma condição onde a taxa de crescimento de uma população varia ao longo do tempo.

É um modelo que se difere com modelo de crescimento exponencial, onde define que a taxa de crescimento é constante e não há limites para o tamanho da população. Para espécies animais de vida livre, por exemplo, a disponibilidade de alimento, abrigo e água é um fator limitante para o crescimento populacional. Esse limite máximo sustentável é denominado capacidade de suporte (K) em Ecologia.

Verhulst / Matemático que criou a equação logística

Assim, para uma população de tamanho N, com taxa de crecimento r, o modelo de crescimento logístico contínuo pode ser representado pela equação:
 

Pode-se observar, na equação acima, que quando a população tende à capacidade de suporte, tem-se que dN/dt =0, e o tamanho da população permanece estável. O que se espera que ocorra é que haja ou uma elevação da taxa de mortalidade devido à competição por alimento e abrigo ou uma redução da taxa de natalidade.

Com base nos parâmetros K e r da equação do modelo logístico, surgiram duas definições usadas em Ecologia: a de populações K e r estrategistas.

Uma população K estrategista seria uma população para a qual a capacidade de suporte do meio é um fator restritivo. Por conseguinte, os indivíduos de uma população K estrategista tendem a preparar a prole para a competição por alimento, e a apresentar um tempo de vida mais longo em comparação a indivíduos de espécies r estrategistas. As espécies com estratégia demográfica de tipo selecção “K” são tipicamente competidoras com outras espécies, em nichos já bem preenchidos, investindo mais numa descendência menos prolífica, com cada descendente tendo uma maior probabilidade de sobreviver até à idade adulta.

Apresentam comumente comportamentos de cuidados parentais, já que investem principalmente na sobrevivencia e longevidade da prole. Podem também ser chamadas de espécies k estrategistas. Como exemplo de espécie K estrategista pode-se citar as onças em algumas matas brasileiras.

Para as espécies r estrategistas, por outro lado, a capacidade de suporte não é um fator restritivo, com indivíduos com tempo de vida mais curto, e que tendem a não apresentar cuidado com a prole. Em termos gerais, as espécies com estratégia demográfica de tipo selecção “r” exploram nichos ecológicos vazios, e produzem um elevado número de descendentes a cada ciclo reprodutivo, ainda que cada um tenha poucas hipóteses individuais de sobreviver até à idade adulta. Podem apresentar picos populacionais. Podem também ser chamadas de espécies r estrategistas. Um exemplo seriam mosquitos que proliferam em áreas próximas a rios ou lagos. [Fonte].
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