Nos últimos dois anos, pudemos observar muitas notícias e comentários sobre a atual construção sobre a Usina Hidrelétrica nacional, cujo nome é Belo Monte. Mas o que é? Quem será beneficiado? Quem será prejudicado? Ela virá sozinha?
A usina hidrelétrica de Belo Monte preparada pela Norte Energia S.A, pretende ser construída na Bacia do Rio Xingu, na área paranaense, onde a energia gerada irá favorecer a região Norte. Será a terceira maior hidrelétrica do mundo, sendo considerada a maior obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Junto com ela, está prevista mais três usinas: Altamira, Pombal e São Félix.
Porém, os indígenas e ambientalistas, são contra a atual construção devido aos impactos. Mas que impactos são estes? E por que os índios são contra?
Existem três tipos de impactos envolvidos e eles são sociais, ambientais e econômicos. A Norte Energia S.A, afirma que ninguém será prejudicado na história, porém isto é uma mentira.
Começamos, observando que a usina terá a capacidade de 11,2 mil MW que será disponível durante três meses ao ano. No mês de setembro e outubro, a sua capacidade diminui para 1,88 MW, não sendo maior que isso, pois, há o período de seca natural do rio Xingu. As outras três, virão pra assegurar o retorno do investimento de Belo Monte, que sai por R$30 bilhões, sendo que 80% destes custos serão financiados pelo BNDES.
O governo garante aos povos indígenas, ribeirinhos e aos povos em geral da região de Altamira, que não haverá enchentes e ninguém sairá prejudicado. O que é outra mentira.
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A região onde a usina pretende ser formada é sagrada para algumas etnias e os índios não tiveram consulta prévia sobre a construção, não respeitaram os direitos indígenas sobre a região, porque o governo sabe que eles serão contra. No meio disso tudo, existem índios sendo subordinados e comprados. As aldeias não são as mesmas, eles estão perdendo as suas culturas e a suas essências. Hoje podemos encontrar índios recebendo mesada de R$ 30.000 reais, com 4x4 em mãos e morando em casas na região de Altamira. Fora as promessas de comida, celular, etc.
Segundo a uma análise feita, ocorrerão perdas de atividade pesqueira tradicional e ornamental, perda na atividade agropecuária, custos na perda na qualidade d’agua, atividade turísticas, fora o custo da emissão de dióxido de carbono e metano, entre tantos outros gastos impactantes econômicos.
Os impactos ambientais, também são graves. Podemos observar a destruição da floresta associada à construção da usina, alargamento dos Rios e uma área que será bloqueada, o que pode ocasionar a seca do rio naquela região. Treze mil índios de 24 grupos étnicos que vivem às margens do Xingu terão a pesca, moradia e a navegação prejudicada. Patrimônios históricos tais como Pinturas Rupestres e ossos de dinossauros serão perdidos, espécies serão extintas, culturas, histórias, tudo irá mudar.
Há muito mais por trás disto, a lista de desastre é grande. A Usina já foi parada por diversas vezes por manifestantes e indígenas que são contra a construção. Ela está em fase de construção ainda, porém acreditamos que ela possa ser barrada pra sempre. O Brasil é rico na capacidade de optar por energias mais limpas. Não que a hidrelétrica seja suja, ela é limpa, porem impactante! Existem meios mais viáveis e podemos sim mudar isto.
Enfim, termino este texto, deixando uma mensagem do cacique Seatle:
“ O homem branco esquece a sua terra natal, quando, depois de morto, vaga por entre as estrelas. Mas nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores são nossas irmãs, o cervo, o cavalo e a grande águia, são todos nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos da campina, o calor que emana do corpo de um corcel e o homem, tudo isso faz parte de uma mesma família.”
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Indicação: Este é um documentário financiado pelo público,chamado “Belo Monte, anúncio de uma Guerra” vale apena assistir: http://www.belomonteofilme.org/portal/br
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