Encontrado o fóssil da espécie mais antiga de felino de grande porte

O fóssil mais antigo de um felino grande já encontrado preenche uma lacuna importante no registro fóssil das espécies de felídeos e foi descoberto em uma escavação paleontológica no Tibete, os cientistas publicaram o fato dia 13/11/2013 na revista Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences e você pode ver o artigo completo.

O crânio da mais nova espécie de felino de grande porte conhecida foi encontrado e descrito durante as escavações liderada por Jack Teseng que fazia seu doutorado na Faculdade USC Dornsife de Letras, Artes e Ciências.


Agora ele faz seu pós-doutrado no Museu Americano de História Natiral (AMNH) em Nova York e se dedica aos estudos desse incrível fóssil. A espécie já foi identificada como Panthera blytheae.

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"Esta descoberta sugere que os grandes felinos têm uma origem evolutiva mais profunda do que se suspeitava anteriormente", disse Tseng.

Provas de DNA sugerem que os chamados "grandes gatos" ou "big cats" ou ainda os felinos de grande porte na subfamília Pantherinae, incluindo leões, onças, tigres, leopardos, leopardos da neve - divergiram de seus primos evolutivos mais próximos, Felinae (que inclui pumas, linces, e gatos domésticos), cerca de 6370 mil anos atrás. No entanto, os fósseis mais antigos de grandes felinos encontrados anteriormente são fragmentos de dente descoberto em Laetoli, na Tanzânia (o famoso sítio arqueológico escavado por Mary Leakey na década de 1970), datando de apenas 3,6 milhões de anos atrás.

Usando a técnica de magnetostratigrafia os fósseis foram identificados com base nos padrões distintos de reversões no campo magnético da Terra, que são registradas em camadas de rocha - Tseng e sua equipe foram capazes de estimar a idade do crânio, entre 4,10 e 5,95 milhões de anos, o que faz a espécie Panthera blytheae ser 2 milhões de anos mais antiga que o fragmento do dente encontrado que possui 3,6 milhões de anos.

O novo felino leva no nome a palavra derivada de Blythe, uma filhote de leopardo das neves de Paul e Heather Haaga, que são ávidos defensores do Museu de História Natural de Los Angeles.

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A descoberta não só desafia as suposições anteriores sobre a evolução dos grandes felinos como também situa a evolução dos felinos em um contexto geográfico. A descoberta ocorre em uma região que se sobrepõe a maioria dos atuais grandes habitats dos felinos, e sugere que o grupo evoluiu na Ásia Central e se espalhou para fora. Além disso, estimativas recentes sugerem que o gênero Panthera (leões, tigres, leopardos, onças e leopardos) não se separou de gênero Neofelis (leopardos) até 3720 mil anos atrás - que a nova descoberta refuta.

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Tseng, sua esposa Liu Juan e Takeuchi descobriram o crânio, em 2010, enquanto procuravam na remota região da fronteira entre o Paquistão e a China. Liu encontrou mais de cem ossos que provavelmente foram depositados em um rio pela erosão de um penhasco. Praticamente todo o corpo do felino foi esmagado e quebrado, porém restos do crânio não.

"Foi apenas apresentado no meio de toda essa confusão", disse Tseng. Nos últimos três anos, Tseng e sua equipe usaram ambos os dados anatômicos e DNA para determinar se o crânio de fato representa uma nova espécie. Eles planejam retornar ao local onde encontraram o crânio no verão para procurar mais espécimes.

"Estamos no negócio de descoberta", disse Wang, curador do Museu de Paleontologia de Vertebrados, professor adjunto de geociências e biologia na USC e pesquisador associado do AMNH. "Saímos pelo mundo em busca de novos fósseis para iluminar o passado." [Science Daily]
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